Domingo | 12 de Janeiro de 2020




Acordei ainda a tentar perceber onde estava. Não me recordava de ter bebido assim tanto ao ponto de estar ressacada. Levantei-me, olhei em volta e reparei na roupa que tinha vestida. “Como é que vim parar ao quarto?! Tenho quase a certeza que decidimos ir devagar.”

Caminhei pelo corredor, e por cada porta que passava, encostava o ouvido. Entretanto notei que não havia uma única foto, apenas quadros com algumas pinturas até interessantes. A casa na realidade tinha muito pouca coisa. Minimalista, agradou-me, vou ser sincera, mas também gosto de memórias. Encontrei-o na cozinha, a tirar café, em tronco nu, tinha apenas as calças de fato treino cinzentas escuras vestidas. Meu Deus, pensei. Respirei fundo, e entrei na divisão.

— Bom dia! Tens café para mim? — Entrei a “matar”, para disfarçar o meu nervosismo.

Sem olhar na minha direção, respondeu-me.

— Bom dia. Dormiste bem?

— Muito bem. Obrigado a cama é extremamente confortável. E tu?

— Nem por isso, não consegui pregar olho. Mas de tarde encosto-me para descansar.

— Mas… Aconteceu alguma coisa para não teres conseguido dormir. — Aproximei-me e recebi o café que ele me serviu..

— Não te sei dizer, estive inquieto. Não sei se foi do sofá. Não faço ideia, mas também agora não interessa. Tens fome?

— Não, obrigado, não costumo comer de manhã.

Humm, já percebi que nada se passou, visto que ele acabou por dizer ter dormido no sofá. Sentei-me na bancada da cozinha onde batia o único raio de sol que entrava pela janela.

— Ok, eu também só vou tomar café e se calhar para o almoço, depois peço algo. A tua roupa está pronta, está ali na lavandaria — E apontou para a porta no canto da cozinha.

O silêncio que se instalou, era já incomodativo. Não percebi se é propositado para me ir embora. Não tinha planos, era domingo. E sentia-me tão bem ali. Mas não queria impor a minha presença.

— Obrigada! Vou então vestir-me e vou para casa. Vou deixar-te descansar. A Joana também deve estar preocupada, acabei por não lhe dizer nada ontem a noite. Claro que não disse, tinha sido só uma desculpa para ele não pensar que estou sempre disponível.

— Por mim podes ficar! sussurrou, e aproximou-se até ficarmos frente a frente.

— É domingo… não te quero incomodar, nestes dias costumo ficar na cama a devorar séries e filmes e tu também deves ter mais que fazer.

— Eu também, mas hoje adorava ficar na cama a devorar outra coisa.

Ele não aguentou a tentação e beijou-me, eu claramente correspondi ao beijo, acariciei lhe o cabelo sedoso e despenteado.

— Desde ontem que queria fazer isto novamente! — Disse ofegante.

Aproveitando que não recebeu um não, segurou-me no pescoço por baixo dos cabelos e puxou-me contra ele, olhou-me fixamente nos olhos e perguntou baixinho, “Posso?” Eu sem responder encostei os lábios nos dele. Beijamo-nos lentamente e curtimos cada milímetro de lábios e língua. Tremi. Mas depois daquele beijo que durou instantes, abrimos os olhos e colados um no outro, disse-lhe baixinho.

— O que estamos a fazer, Fred? Acho que devíamos parar por aqui!

— Não consigo, passei a noite toda a pensar neste momento, mas se queres parar, paramos!

Voltamos a beijar-nos. Ele mordiscou-me a orelha, depois o pescoço. Eu ao mesmo tempo que me arrepiava, cravei-lhe as unhas nas costas, o que o deixou ainda mais excitado. Enquanto me deixava levar pelo momento, senti o volume nas calças dele. Ele não aguentou e puxou-me a t-shirt de baixo para cima, os meus seios ficaram de frente para ele. Os meus mamilos duros não escondiam o quanto estava excitada também. Enquanto ele os mordiscava, eu continuava em negação:

— Fred, o que é que estamos a fazer, por favor. Estamos loucos?!

— Talvez!! Deixa-te ir!!

Colocou a mão dentro dos meus calções e acariciou-me. Soltei um gemido, e envergonhada, engoli os próximos e sustentei a respiração.

— Relaxa — Sussurrou-me ao ouvido.

— Pára…

Assim que acabei de falar saltei da bancada, ajoelhei-me e tirei-lhe as calças. Deixei-o completamente nu. Ele pegou em mim, virou-me de costas, segurou-me nos seios com carinho e beijou-me, enquanto eu me esfregava nele também nua e quente.

— Quero sentir-te! — Pediu ele.

Encostei-me novamente à bancada, e dei consentimento para avançar. Ele penetrou-me lentamente e eu GEMI. Pedi-lhe que se sentasse e logo de seguida sentei-me ao seu colo. Coloquei-lhe os seios na boca.

— AAAhh…

— Por onde tens andado?! ahhhh Estou quase!!

— Relaxa — Provoquei ao ouvido e sai de cima dele. Beijei-o, acariciei-o, provoquei-o ainda mais e voltei a sentar-me.

— Não vou aguentar!! Laura?!

Enquanto gemia de prazer, ele não aguentou… e temos os dois o melhor orgasmo, ali mesmo.

Ficamos abraçados por algum tempo até nos conseguirmos recompor.

— Estás bem? — Perguntou ele, preocupado.

— Estou óptima e tu?

— Feliz.

Apertou-me num abraço e um beijo ainda mais apaixonado.

Quando cheguei a casa neste mesmo dia abri a porta e dei de caras com a Joana.

— Bolas, Laura, estava preocupada!! Estás louca?? Nem às mensagens me respondes! Estava prestes a ligar aos teus pais, à polícia, aos teus ex's , aos teus clientes e para todo o sítio que fosse possível!

— Calma, olá para ti também — Deixei-me cair no sofá, como se nada tivesse acontecido. Ainda não tinha decidido se lhe contava ou não.

— Vais contar-me o que aconteceu??? — Perguntou de braços cruzados e a bater o pé ao lado do sofá onde me tinha acabado de atirar.

— Não aconteceu nada. — Disse-lhe com cara de desdém, queria fazê-la suar um bocado, ser uma bocado misteriosa, já que com ela não consigo guardar segredos, porque sei que ela é a única pessoa que não me julga.

— Ahhhh. Não acredito. Essa cara não me engana. Algo aconteceu, senão não chegavas a esta hora a casa e não me deixarias sem notícias durante tantas horas… Conheceste alguém? Fodes-te com alguém? E pela tua cara foi bom.

— Hummm — Continuo a tentar ser difícil mas não consigo e esboço um sorriso.

— Estúpida! Conta-me tudo. Tu não estás com ninguém há 4 anos. Aliás, não conheces ninguém interessante o suficiente há muito tempo. Quero saber tudo Laura. Nem parece teu!

— Amanhã conto-te tudo, agora vou dormir… preciso de descansar que estou toda partida. — Levantei-me do sofá e caminhei em direção ao meu quarto.

— És mesmo cabra — Disse às gargalhadas e a falar bem alto — Uma gaja aqui a sofrer, a pensar que tinhas sido raptada, ou tinhas tido um acidente e ninguém sabia de ti, e afinal estavas era a ser comida por alguém e agora não me queres contar nada!! Não te perdoo!

— Beijo. Dorme bem. — Ri-me baixinho. Cai na cama e finalmente adormeci.


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