Segunda | 13 de Janeiro de 2020




A Joana bateu à porta do meu quarto às 8h da manhã. Tinha-me esquecido, que lhe tinha prometido dar boleia até à oficina onde tinha o carro. Pedi-lhe 20 minutos para tomar um duche e vestir-me. Já no meu carro a caminho da oficina puxou o tema do dia de ontem que ficou por esclarecer.

— Laura, vais contar-me com quem estiveste no fim de semana? Ou vais continuar com esse suspense todo?

— Não sei, será que conto? Será que não conto! Estou com vergonha!

— Vergonha de que? O que fizeste? — Perguntou com um ar preocupado.

— Porque é um cliente!! Conheci-o durante a semana. Pronto já disse, contente?!

— Um cliente? Tu estás louca?! Ou louca ou desesperada!

— É aquele amigo do António, lembras-te, que ele está sempre a falar?! Pronto, é esse!! Encontramo-nos para um trabalho, depois voltamos a encontrar-nos algumas vezes e uma coisa levou a outra e pronto!

Como não me chegou nenhuma resposta do lado dela, olhei de relance e a cara dela era séria, muito séria.

— Calma… já estou envergonhada o suficiente! Sim é um cliente, mas Joana a sensação é tão estranha, parece que já nos conhecemos há imenso tempo. Nunca me tinha acontecido. Estivemos algum tempo juntos, para definir as coisas e o clima estava tão bom que, deixei-me levar um dia após o outro e aconteceu!! Não há mais nada para contar! Foi só isto!

— Só isto?! Achas pouco?! Então e agora?

— E agora o que?

— E agora? O que vão fazer?

— Não vamos fazer nada… a vida continua!

— Claro que continua… não é isso que estou a dizer!! Queres estar com ele? Ele quer estar contigo? Como é que estás? Como te sentes em relação a tudo?

— Estou bem, estou feliz! Apesar de ter sido super rápido, adorei a ligação que tivemos, beija tão bem!! Para não falar do sexo!! Mas não tenho ainda nada para dizer em relação a tudo. — Contei enquanto passam pequenas imagens da noite/dia na minha cabeça.

— Miúda… estás apaixonada?! Se visses a tua cara, eu diria que sim!!

— Eh, calma lá, não estou apaixonada… gosto da companhia dele, da conversa, das piadas, das mãos… das… dos olhos...

— Pois… não, não estás!! Estamos quase a chegar, podes deixar-me aqui mais a frente. Vais estar com ele hoje?

— Não sei, não combinamos nada… porque?

— Avisa-me, só para eu não ficar preocupada ok, diverte-te e aproveita!! Aqui, aqui, podes deixar-me aqui! — Deu-me um beijo e saiu a correr.

No regresso a casa parei para fazer umas compras e já na fila para pagar, saquei do telemóvel e aproveitei para ver a agenda de hoje, vi alguns emails e passei os olhos nas redes sociais. Entretanto recebi um sms: "Cheiras bem!" Fred… mas… olhei em volta e não o vi. Devia ser para testar, respondi: “sempre, como sabes!” Respondeu logo de seguida: “mas hoje estás especial” de repente senti um nariz no meu pescoço.

— Hum? Andas a seguir-me? - Perguntei sem me mexer.

— Claro que não! Não és a única que usa o supermercado, sabes?

— Pois… sei… hum… e não devias estar na loja? Não é hoje que vão lá colocar os painéis de divisão? Hum...

— Sim, vim só comprar umas coisas para levar. — Disse baixinho a olhar-me nos olhos.

— Okay… bem é a minha vez de pagar.

— Força...

Paguei as minhas compras, e logo a seguir pagou as dele. Eu não conseguia tirar-lhe a vista de cima. É mesmo giro o homem! Não acredito que isto está a acontecer comigo, conosco pois ele é da mesma opinião!! E como poderia um homem daqueles olhar para uma rapariga como eu?!

— Então às compras e com um cheirinho desses? — Disse a provocar-me.

— Pois, é assim, nunca sabemos o que pode acontecer! — Respondi também com provocação.

Ele aproximou-se, parou-nos e beijou-me!

— Tive saudades tuas!! — Disse-me baixinho ao ouvido.

— Também… — Aproveitei e dei-lhe um abraço apertado. Senti a respiração dele no meu ouvido e só pensei: "Laura controla-te são 9h da manhã".

A caminho dos carros, não largamos a mão um do outro. Ele deixou-me ir com mais um beijo, mas desta vez um pouco mais prolongado e seguiu caminho.

Em casa e depois de "despachar" 2 clientes e enviar as respectivas maquetes. Respondi a alguns e-mails, enviei uns quantos orçamentos e decidi fazer uma pausa. Já estava farta de estar sentada. Fui à cozinha, tirei um copo do armário e servi uma garrafa de vinho que a Joana me tinha deixado para provar. Era mesmo isto, que estava a precisar, pensei. Sentei-me na poltrona perto da janela. Continuava o dia cinzento e chuvoso, as pessoas andavam aceleradas e de cara fechada na rua. Lembrei-me da manhã de domingo e de todo o enredo. O que tinha acontecido para chegarmos ali. Deu-me os calores e decidi enviar-lhe uma sms, ele gosta de flirt, de provocação não é verdade… então vamos nessa!

Enviei-lhe uma foto de uma lingerie na cama e escrevi: “a pensar em ti”, larguei o telefone na mesa de cabeceira e fui tomar um banho. É dia de lavar o cabelo, então demorei mais que o normal. De repente ouvi tocar a campainha, tirei rapidamente a espuma que ainda tinha e enrolei-me na toalha. Fui em bicos dos pés até à porta, para não molhar muito o chão.

— Quem é? — Perguntei pelo intercomunicador. Do lado de lá ouço a voz dele.

— Não me podes fazer uma coisa destas!

— Fred? — Disse espantada.

— Sim… podes abrir?

— Porque? Aconteceu alguma coisa?

— Porque te estou a pedir!!

Abri a porta, e enquanto esperava pelo elevador, passou-me tudo e mais alguma coisa pela cabeça, estava realmente nervosa. Tinha o coração mil.

Ele saiu calmo do elevador e encaramo-nos por alguns instantes… eu de toalha de banho e cabelo ensopado e ele com ar de poucos amigos.

— Achas que isso, são maneiras de receberes alguém à porta? — Disse, aproximando-se e a morder o lábio.

— Achas que isto são horas de tocar na campainha de alguém? — Disse eu caminhando de costas, sem desviar o olhar.

Fechou a porta, encostou-me à parede, beijou-me o pescoço e eu gemi baixinho ao ouvido dele. Acariciou-me as costas até a nuca e puxou-me os cabelos o que me obrigou a gemer ainda mais alto. Colocou a perna entre as minhas, apertou-se contra mim, e deixou-me ainda com mais desejo. Apoiou-me as mãos no móvel da entrada o que me fez curvar e a deixar o rabo empinado. Ele encaixou-se em mim, e a nossa respiração pesada de tesão deixou-me maluca. Ele pegou-me na cintura e começou a acariciar-me subindo as mãos até me tirar a toalha, ficando com os meus seios na mão, eu estava arrepiada e os meus mamilos imploravam. Virei-me sobre o ombro, sorri e mordi o lábio superior.

Virou-me para ele, e as nossas bocas encontraram-se novamente. O beijo quente e cheio de desejo do que ainda estava para vir. Enquanto ele beijava e mordiscava os meus seios eu arranhei-lhe a cabeça e o pescoço.

— Nua és ainda mais linda!

Virei-me novamente de costas, rocei-me nele e senti-o duro por baixo das calças. Olhei novamente sobre o ombro, sorri confiante e perguntei-lhe:

— Gostas?

Ele afastou-se, abriu as calças e voltou a encostar-se a mim:

— Claro, mas é bem melhor desta forma — Disse investindo e esticando os braços para me acariciar os seios.

Com uma mão fez-me um rabo de cavalo e puxou-me para cima, investindo ainda com mais força. Enquanto isso, mordia-me os ombros, lambia e mordisca na extensão da coluna. Forçou-me a abrir as pernas e eu fiquei ali completamente exposta para ele enquanto enfiava a cabeça entre elas. Gemi alto assim que senti a língua molhada. Dobrei os joelhos, olhei para trás e disse, que não aguento mais!!

Livrei-o das calças e dos sapatos que ainda tinha vestido e levei-o até ao quarto, não fosse a Joana aparecer. Deitamo-nos na cama, um por cima do outro, beijámo-nos e tocamo-nos. Mordi-lhe o lábio e perguntei do que estava à espera?!

Ele pôs-me de quatro e colocou tudo de uma só vez, como se não houvesse amanhã. Pegou-me pelos ombros e comeu-me assim, puxando-me ao seu encontro e o mais fundo que conseguiu. Eu gemi o mais alto que consegui e sempre que me virava para o olhar, pedia-lhe mais. Até que deixei cair o corpo para a frente.

Ele saiu de dentro de mim e deitamo-nos lado a lado, passámos as mãos pelo corpo um do outro e beijámo-nos. As nossas bocas estavam secas e a respiração ofegante, sorrimos um para o outro.

Ouço uma porta bater.

— Joana? — Perguntei alto.

— Sim, sou eu!

De certeza que já se tinha apercebido que estava acompanhada, visto que deixamos o rasto das roupas dele no hall de entrada e a caminho do meu quarto.

— Estás acompanhada? — Perguntou. Percebi um tonzinho de gozo na voz dela.

— Sim. — Disse completamente envergonhada e de olhos postos nele.

— Okay, eu também. Só vim mudar de roupa e vamos sair novamente, temos um jantar com uns colegas do Luís.

— Okay.

Nunca escondi nada à Joana, nem nunca tive vergonha de nada com ela, mas não sei porque, toda esta situação com o Fred, me deixava nervosa e expor todo este nervosismo pela primeira vez a ela, estava a deixar-me sem saber como reagir.

— Estás bem? — Perguntou-me ele preocupado. — Queres que vá embora?

— Não, claro que não. — Voltei a deitar-me e por alguns instantes "repassei" tudo o que tinha acabado de acontecer. Nunca tinha feito sexo assim na minha vida. Nunca pensei ser esta pessoa que sou, quando estou perto dele. Mas estava a saber-me bem. Estes dois dias foram maravilhosos. Estava com medo de adormecer e de voltar a acordar e descobrir que tudo isto não passou de um sonho.


Copyright © 2023 de Filipa Cipriano Todos os direitos reservados. Este blog ou qualquer parte dele não pode ser reproduzido ou usado de forma alguma sem autorização expressa, por escrito, do autor, exceto pelo uso de citações breves.


0 comments