O sol começava a pôr-se sobre a herdade e tingia o céu de tons quentes. Nós estávamos parados junto ao carro, de malas já arrumadas na bagageira, mas nenhum dos dois parecia estar com pressa de partir.
A brisa leve balançava as folhas das oliveiras ao longe, criando um cenário quase mágico, como se o lugar quisesse segurar-nos por mais um instante.
Suspirei, e olhei a casa atrás de nós.
— Ainda agora chegámos e já estamos a ir embora.
Ele, ao meu lado, enfiou as mãos nos bolsos, e olhava fixamente para a herdade.
— É sempre assim. Só percebemos o quanto um lugar é especial quando está na hora de partir.
Sorri de leve.
— Vou sentir falta disto… Das manhãs silenciosas, do cheiro do campo, da sensação de que o tempo aqui passa mais devagar.
Ele virou-se para mim e aproximou-se.
— E de mim? Vais sentir falta de mim? — Perguntou-me com um sorriso brincalhão, aliviando o clima.
Ri-me, balançando a cabeça.
— Sabes que em Lisboa a história é diferente… Trânsito, trabalho, reuniões… Acho que aqui finalmente… conseguimos nos conectar.
Ele assentiu, mais sério e pegou-me na mão.
— Talvez seja isso. A herdade deu-nos mais liberdade, mais calma, mais tempo.
Ficamos os dois em silêncio por mais alguns segundos, a ouvir o som distante dos pássaros e o farfalhar das folhas. Dei um passo em frente e passei os braços em volta da cintura dele e abracei-o forte.
— Obrigada por me trazeres aqui.
Ele segurou-me com força, beijou-me o topo da cabeça.
— Obrigada por teres vindo.
Após alguns segundos, afastei-me, emocionada.
— Vamos?
Abriu-me a porta do carro.
— Vamos. Lisboa espera por nós, mas deixamos uma parte nossa aqui.
O carro começou a mover-se pelo caminho de terra que cortava a herdade. Enquanto nos afastávamos, olhei pelo retrovisor, observei a casa e os campos a ficarem cada vez mais pequenos, até desaparecerem completamente.
No silêncio do carro, enquanto a estrada nos levava de volta à cidade, pousei uma mão na dele.
— Prometes que voltamos?
Ele sorriu sem tirar os olhos da estrada.
— Prometo!
Trouxe comigo não apenas as malas, mas também a certeza de que a herdade será sempre um refúgio para os dois.
Já com o carro parado à porta da minha casa, as luzes baixas iluminavam suavemente a entrada. Tirei o cinto de segurança devagar. Virei-me para ele, com um sorriso suave e um olhar que misturava felicidade e uma leve tristeza.
— Foi um fim de semana perfeito, não foi? Acho que vou sonhar com estes dias durante algum tempo.
Ele virou-se para mim, apoiou o braço no volante e o rosto iluminado apenas pelo painel do carro.
— Foi mais que perfeito. Eu não queria que acabasse. Mas não precisas sonhar. Podemos fazer isto sempre que quiseres.
Ri-me baixinho, a olhar para o chão do carro.
— Fazes sempre tudo parecer tão simples.
Ele ergueu uma sobrancelha, e fez um sorriso no canto da boca.
— Porque é, contigo, tudo parece simples.
Fiquei em silêncio por um instante, fiquei apenas a olhá-lo, como se quisesse guardar aquele momento num canto seguro do meu coração. Suspirei.
— É uma pena que tenha de sair do carro agora…
Ele aproximou-se um pouco, os olhos fixos nos meus.
— E se eu dissesse que não precisas? Podias ficar comigo, como ficas-te o fim de semana inteiro? Tenho lugar para mais um lá em casa!
Ri-me, mas o riso foi rápido e deu lugar à seriedade.
— Não me tentes! Amanhã é segunda-feira, e o mundo não pára, para vivermos um romance.
Ele suspirou, brincou com as chaves do carro, ainda na ignição.
— É! O mundo realmente não nos ajuda.
Estendi a mão, tocando suavemente no rosto dele. O gesto foi tão natural, tão cheio de carinho, que ele fechou os olhos por um segundo, absorvendo o meu toque.
— Mas, não te preocupes! — Disse, com uma voz doce, que eu própria desconhecia. — Estás comigo, mesmo quando não estás.
Ele abriu os olhos e segurou as minhas mãos, beijando a palma com cuidado.
— Tu também.
Hesitei, lutando contra a ideia de sair do carro. Por fim agarrei na minha mala e abri a porta. Quando estava prestes a sair, ele segurou-me no braço e puxou-me de volta delicadamente.
— Espera.
Virei-me, e ele não precisou dizer nada. Puxou-me para um último beijo, longo e cheio de tudo o que não conseguíamos colocar em palavras. Quando finalmente nos separamos, sorri, com o rosto ainda próximo ao dele.
— Sabes que isto me dá mais vontade de não ir, não sabes?
Ele ri-se, leve.
— Talvez, seja essa a ideia.
Finalmente sai do carro, tirei a minha mala da bagageira e caminhei devagar até a porta do prédio. Virei-me para ele uma última vez e acenei.
— Avisa-me quando chegares, ok?
— Sempre.
A casa estava silenciosa, as luzes amareladas iluminavam o ambiente acolhedor.
Tinha acabado de entrar, e ainda sentia resquícios da despedida no carro. O beijo dele, o jeito como ele me segurou na mão, parecia estar gravado na minha pele. Suspirei e deixei a mala no sofá, tentando trazer a mente de volta à realidade de estar sozinha novamente.
De repente, toca a campainha.
Franzi a testa, surpresa. Era tardíssimo e não estava a espera de ninguém. Caminhei até a porta com passos lentos, o coração a começar a bater mais rápido.
Ao abrir a porta, lá estava ele.
Parado sob a luz fraca do hall, com as mãos nos bolsos e aquele sorriso torto no rosto, parecia mais irresistível que nunca. O olhar intenso fez-me revirar o estômago.
— Esqueci-me de uma coisa! — Disse com a voz baixa e rouca.
— Esqueceste-te do quê?
Ele deu um passo em frente, encurtando a distância entre os dois. Agora, podia sentir o cheiro dele, aquele perfume que a fazia sempre derreter. Ele olhou-me como se não existisse mais ninguém no mundo e respondeu:
— De ti.
Ri-me nervosa, incapaz de disfarçar a surpresa e o desejo que se acendia dentro de mim.
— Acabámos de nos despedir Paulo.
Ele deu mais um passo, e agora estava tão perto que podia quase sentir os lábios dele, nos meus.
— Pensei que conseguia ir embora… mas, sinceramente? Não consegui. Preciso de mais uma noite contigo.
Engoli em seco, os meus olhos presos nos dele.
— E amanhã?
Ele sorriu de lado, inclinou-se ainda mais para perto, os lábios roçavam os meus enquanto murmurava:
— Pensamos nisso amanhã.
Antes que conseguisse dizer mais alguma coisa, ele puxou-me pela cintura e os lábios encontraram os meus num beijo cheio de paixão. Não resisti. Não havia motivo para tal. Envolvi os meus braços no pescoço dele, e puxei-o para dentro, fechando a porta atrás de nós com um movimento rápido.
Na sala, encostou-me à parede suavemente, as mãos exploravam o contorno da minha cintura enquanto o beijo se tornava mais urgente. Ofeguei, sentindo cada palavra não dita naquele momento. Tudo parecia inevitável, como se o fim de semana na herdade tivesse sido o início de algo ainda mais intenso.
— És louco… — Murmurei contra os lábios dele, e nos meus olhos, uma mistura de desejo e diversão.
— Por ti? Sempre fui. — Respondeu, numa voz rouca, antes de beijar-me novamente.
A respiração quente e ofegante na minha nuca, o seu volume nas minhas costas, fazia-me latejar cada vez mais. De uma só vez, agarrou-me pela cintura e pegou-me ao colo, ainda com a boca colada na minha, atirou-me para o sofá. Livrámo-nos das roupas. Com o corpo deitado sobre mim, eu sentia-o duro.
Passou a beijar-me o pescoço, descendo pelo meu decote, até chegar aos meus seios. Beijou um e depois o outro, sugando sem parar e fazendo-me gemer.
— Quero-te tanto! — Disse-me com a cara de safado enquanto me acariciava com os dedos.
Sem pensar duas vezes, sentou-me e ajoelhou-se à minha frente, puxando-me ao encontro da sua boca.
A língua fazia um movimento de sobe e desce na parte mais sensível do meu clitóris, assim ia fazer-me gozar muito rápido. As minhas pernas tremiam de tesão, mas consegui controlar-me. Enquanto o fazia, olhava-me fixamente. Levantou-se e tirou os boxers, revelando o seu membro grande e grosso. Sentei-o no sofá e preparei-me para cavalgar nele. Senti cada centímetro dele a entrar em mim. Comecei devagar e fui aumentando a velocidade. Inclinei o meu corpo sobre o dele e beijei-o sem parar. Rebolei até que gozássemos.
Tomamos banho juntos e ele chupou novamente cada parte do meu corpo.
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